Por Cacá Diegues
Prazeres
Hoje, comemoram-se cinco anos de instalação pelo governo do estado da primeira UPP, inauguração de uma nova politica de segurança para as favelas do Rio.
As UPPs não são uma panaceia capaz de resolver a vida de todos os moradores dessas comunidades. O desaparecimento de Amarildo na Rocinha, a morte de inocentes em invasão brutal na Maré, os tiroteios constantes no Alemão, tudo isso nos mostra como será difícil conquistar a segurança necessária para viver e trabalhar em paz.
Os bandidos não se conformam de perder seu espaço e a polícia precisa ser reeducada para que pare de fazer guerra contra a população. Mas ignorar os avanços conquistados pelas UPPs seria uma insensatez.
Como sempre disse o secretário José Mariano Beltrame, executor dessa política, é preciso que os serviços do Estado subam os morros, levando à sua população o que é direito de todo cidadão: educação, saúde, saneamento, mobilidade, o que cabe ao Estado prover. Se não, um dia os moradores já terão esquecido a era do tráfico armado e se sentirão sufocados por um estado que não é capaz de entender e atender suas necessidades.
É isso o que mostra um bom documentário brasileiro que acaba de entrar em cartaz, “Morro dos Prazeres”, de Maria Augusta Ramos, realizado um ano depois da instalação de uma UPP naquela comunidade de Santa Teresa. Um testemunho do que anda acontecendo agora.
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Cacá Diegues é cineasta
Trecho do artigo " Cinco Palpites a favor" publicado no Jornal O Globo
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