As cores vermelha e branca têm um significado especial na Maré, comunidade às margens da Avenida Brasil, via expressa que corta diversos bairros do Rio de Janeiro. Elas são o símbolo de oportunidade, sonho e gols, os ingredientes que crianças e adolescentes da região podem encontrar no Real Maré, projeto socioesportivo lançado, nesta terça-feira (26/11), com o apoio da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, com a parceria da Light e da concessionária Lamsa.
Projeto une futebol a atividades culturais e de lazer na Comunidade da Maré
A iniciativa surgiu de um time de futebol da comunidade de mesmo nome, o Real Maré, fundado em 2000. O projeto tem por objetivo ensinar a prática do futebol a 120 meninos, de 8 a 18 anos, moradores da comunidade e região do entorno, que buscam no esporte uma forma de transformação e oportunidade. Sidnei Alves, de 50 anos, nascido e criado na Maré, explica que o nome do projeto traduz o que se espera dos futuros atletas.
- Queremos mostrar a realidade da Maré e que, aqui, temos muitos talentos. Não só com a bola, mas talentos que seguirão uma vida longe do mau caminho. Mesmo que alguns são sejam craques, serão bons pais de família e trabalhadores. Dar oportunidade a esses jovens é fundamental – acrescenta Alves, ressaltando ainda que, a partir da Lei de Incentivo ao Esporte, foi possível a aquisição de novos uniformes para alunos e professores.
Além das aulas de futebol, no campo em frente à sede do projeto, na Baixa do Sapateiro, o Real Maré ainda promoverá eventos de lazer, cultura e cidadania. E, como forma de união entre esporte e música, a Orquestra Maré do Amanhã, formada por moradores da comunidade, foi convidada e apresentou músicas clássicas durante o evento. Carlos Eduardo Prazeres, um dos idealizadores do projeto, comemora o fato de conseguir levar a música erudita a pessoas que nunca imaginaram ouvir tal ritmo.
Orquestra Maré do Amanhã
|
- Hoje, temos essa oportunidade desses meninos poderem assistir a uma apresentação de música clássica e, da mesma forma, dos músicos conhecerem o futebol. Quem sabe um deles pode ter vocação para outra coisa? É importante mostrar que podemos popularizar e levar o clássico para qualquer pessoa – lembra o maestro da orquestra, que, atualmente, é de cordas e de início ao sopro.
Com trancinhas iguais às do ex-jogador do Flamengo Vagner Love, Fábio da Silva, de 13 anos, afirma que foi vendo os amigos jogando bola que se interessou pelo esporte.
- Via o pessoal jogando na rua e comecei a bater bola. Aí, gostei e vim para cá – completa.
Mateus Luis da Silva, da mesma idade, se empolga quando o assunto é a bola.
- Futebol é tudo de bom. Ele, além de tirar as crianças da rua, ajuda a gente a ficar no bom caminho, longe das drogas. Eu não sabia nada de futebol, até me chamavam de goleiro maluco. Mas, agora, aprendi muita coisa e quero saber mais. É a minha vida - diz o torcedor rubro-negro.
Cecílio Marques, de 25 anos, é o treinador do Real Maré. Ele está no projeto desde que começou e garante que já enxerga os frutos que pode colher.
- É extraordinário ver que tudo começou bem pequeno e, hoje, está evoluindo. De agora em diante, só mais coisas boas vão acontecer. Temos condições de qualificar mais pessoas e abranger mais crianças. O importante é que não desistimos e seguimos em frente. Tenho muito orgulho e satisfação do Real Maré – conta, orgulhoso, o rapaz.
Fonte: Secretaria de Estado de Esporte e Lazer - SEEL / Foto: Eliane Carvalho
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita no nosso blog muito nos honra. Obrigado!