Trinta e quatro comunidades pacificadas do Rio já contam com atividades esportivas e culturais
Policiais se esforçam para conquistar a confiança de moradores das comunidades. Na foto, o fiscal de ônibus Wellington Cardoso, aluno do projeto Árbitro Pacificador. |
Trinta e quatro comunidades com UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) instaladas já contam com projetos sociais. As atividades, voltadas para crianças e jovens, reúnem aulas de judô e jiu-jítsu, reforço escolar e até uma formação para árbitros de futebol.
Segundo o coordenador da Polícia Pacificadora, coronel Frederico Caldas, o trabalho é fundamental para estreitar os laços com os moradores.
- As atividades reforçam junto à comunidade uma visão diferente da corporação, fortalecendo a aproximação entre policiais e moradores - disse o coordenador.
Três meses após a inauguração da UPP Vidigal, na Zona Sul, a soldado Renata Marques visitou as escolas locais para divulgar as aulas de judô e jiu-jítsu. Formada em Educação Física e faixa preta em judô, a PM conseguiu reunir, já no primeiro dia, 20 crianças. Hoje, o projeto atende 70 alunos todas as segundas, quartas e sextas-feiras, em dois turnos.
“Tia Renata”, como ela é chamada pelos meninos e meninas com idades entre 7 e 20 anos, cobra desempenho no tatame e boas notas na escola. O contato com os diretores dos colégios próximos da comunidade é constante.
- Os pais deles confiam em mim. Eles sabem que eu também tenho uma filha. O fato de ser policial feminina também facilitou o trabalho de recrutar os alunos - afirmou Renata.
O projeto, que inicialmente tinha o propósito de oferecer uma atividade para as crianças, começa a dar frutos. A aluna Sara de Souza, de 12 anos, ganhou três medalhas de ouro em competições. Já Daniel Maia, de 10 anos, ainda não está colecionando pódios, mas pretende se tornar um judoca profissional.
- Sonho em ser atleta um dia - disse Daniel.
Depois de sair da aula de judô, os alunos do Vidigal podem continuar no tatame para aprender jiu-jítsu. Para o soldado e professor David Almeida, o contato dos policiais com as crianças é positivo.
- As aulas ajudaram o trabalho com os pais, que começaram a ver que a nossa função é somar - explicou David.
Nas UPPs da Grande Tijuca, o destaque é o projeto Árbitro Pacificador, que será ampliado. Lotado na UPP Macacos, o capitão Márcio Rocha, idealizador das aulas, reuniu quatro policiais, que também são árbitros, para compor o time de professores. Hoje, os alunos hoje conseguem ganhar com a nova especialização, mesmo não sendo profissionais.
O soldado Daniel Wilson, que é instrutor, enfatizou que o projeto passou a oferecer uma nova perspectiva profissional.
- É gratificante ver jovens de 16 ou 17 anos, que poderiam estar pelas ruas, receber a sua primeira taxa com as partidas - disse Daniel.
Curso de árbitro tem aulas teóricas e práticas
Aluno do projeto, o fiscal de ônibus Wellington Cardoso, sempre gostou de futebol. Agora, deseja a profissionalização.
- Pretendo me inscrever na Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro no ano que vem para, quem sabe, apitar o Campeonato Carioca ou o Brasileiro - afirmou Wellington.
O curso tem duração de um ano e, em três meses de aulas teóricas e práticas, os alunos já podem apitar uma partida. Os interessados devem entrar em contato com o soldado Daniel pelo telefone (21) 2332-1622.
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