segunda-feira, 29 de julho de 2013

Entrevista com o Presidente da Comissão Provisória do PMDB AFRO Nacional

Em reunião realizada durante o mês de junho na Câmara dos Deputados, em Brasília,  Vanderlei Lourenço (PMDB-MG) foi nomeado presidente da Comissão Provisória do  PMDB Afrobrasileiro Nacional. Vanderlei ficará responsável pela organização e  gerenciamento de  uma agenda de trabalho, que passa pela elaboração de um plano de trabalho, com planejamento estratégico de ações, organização dos diretórios estaduais e convocação de um Congresso para eleição da Comissão Executiva definitiva prevista para o dia 5 de novembro deste ano. Confira abaixo uma entrevista que ele concedeu ao PMDB AFRO RJ.

Vanderlei Lourenço (PMDB MG)

1) Conte-nos um pouco de você e de sua experiência política.

Eu nasci em Alvinópolis, pequena cidade do interior de Minas Gerais. Lá, as eleições são muito disputadas e sempre houve uma rivalidade muito grande entre os grupos políticos. Minha família morava em um dos povoados do município, sem asfalto, nem energia elétrica e havia poucas opções de diversão. Então, nos períodos de campanha, com uns seis anos de idade, eu me divertia distribuindo panfletos. Ou seja, a política sempre fez parte da minha vida.
Quando me mudei para Belo Horizonte, para continuar os estudos, comecei a ter participação ativa no movimento estudantil. Dividia meu tempo livre entre as atividades culturais, participando de diversos eventos e começando a publicar os meus escritos e a atividade política. Em 1995, filiei-me ao PMDB, pelas mãos do empresário José Alencar, que seria eleito Senador em 98 e Vice Presidente da República em 2002. Inicialmente, minha militância partidária deu-se no âmbito do movimento jovem do partido.


2)  O que o motivou a militar no âmbito da política racial? 

Na verdade, foi um chamado. O então presidente do PMDB, Deputado Fernando Diniz e o atual Presidente da Fundação Ulysses Guimarães/MG, Itamar de Oliveira, pediram-me que organizasse o núcleo em nível estadual. Eu não tinha vivência no âmbito da política racial, mas conhecia bem o funcionamento do partido e as lideranças partidárias. Foi a partir daí que comecei a identificar os filiados que pudessem contribuir nessa área e oficializamos a primeira Comissão Provisória Estadual.


3)  Na sua visão as políticas raciais implementadas no país têm sido satisfatórias? 

Eu acredito que é um processo. Nos últimos anos, têm-se investido em ações afirmativas de grande importância para o alcance da igualdade racial em nosso País. A aprovação do Estatuto da Igualdade racial, a implementação da política de cotas educacionais, as conferências de promoção da Igualdade Racial são instrumentos. Entretanto, ainda estamos muito longe de alcançar uma situação de enfrentamento mais efetivo das questões que nos dizem respeito.

4) Na sua opinião, qual tipo de mecanismo o PMDB poderia desenvolver de modo a garantir um maior número de negros nas próximas legislaturas estaduais e federais?

O PMDB deveria aproveitar esse momento em que as pessoas estão demonstrando sua insatisfação com a situação atual e, na condição de maior partido do Brasil, oxigenar o cenário político e oferecer nomes novos e dignos de obter o voto do eleitorado. Aprofundar uma pauta que atenda aos interesses da população e demonstrar o interesse de voltar a ser a opção daqueles que querem mudança no modo de fazer política das nossas atuais lideranças políticas. Um partido de massas, que nasceu nas ruas, com os movimentos sociais como o PMDB não poderia calar-se diante do quadro que se apresenta. Creio que é o momento para candidaturas alternativas. Negros, mulheres, jovens, sindicalistas. Pessoas do povo, com propostas efetivas que atendam aos anseios populares.


5)           Quais são suas expectativas para o seu mandato na presidência do PMDB AFRO? E quais projetos pretende desenvolver nesse período? 

As expectativas são boas. Percebo que há um interesse real da direção do Partido em ter um núcleo atuante. Segundo, porque, finalmente estamos tendo condições de fazer reuniões propositivas, como a última que realizamos em junho passado. A Comissão Executiva está coesa, trabalhando com o objetivo de, finalmente,  institucionalizar o PMDB Afro. Neste sentido, todo o trabalho proposto, no momento, é relativo à organização. Estamos incentivando a criação de núcleos estaduais e oficializando os que já existem junto à direção nacional do PMDB. Estamos, também, elaborando o Regimento Interno do núcleo e preparando um Plano de Trabalho, contendo o Planejamento Estratégico das nossas ações futuras. E pretendemos realizar um Congresso em novembro, mês da consciência negra, para fazer a eleição da Comissão Executiva definitiva. Estamos em um momento de organização. Posteriormente, passaremos à pauta política, que envolverá a nossa participação no processo eleitoral e a defesa das bandeiras do movimento negro. Não é possível estabelecer uma pauta que alcance êxito sem a prévia organização necessária ao pleno funcionamento do grupo.
_________________________________________
Por Julio Oliveira Amado

Um comentário:

  1. Parabéns Vanderlei, uma ótima gestão e que você faça o movimento afro expandir cada vez mais e conquistar os objetivos desejados. Assim como tem feito nossa presidente do diretório do Rio de Janeiro Mara Ribeiro bjssss .
    Um grande abraço : Cira Ribeiro

    ResponderExcluir

Sua visita no nosso blog muito nos honra. Obrigado!